sexta-feira, 18 de maio de 2018

Minha vida em SGC: As lendas (Curupira)

  Falar sobre lendas é falar sobre as crenças de um povo ou nação. Cada sociedade possui lendas, sejam elas fortemente repassadas às próximas gerações ou não. Essas narrativas fictícias, que devem ser sempre valorizadas, estão presentes na cultura do nosso país, justamente por este ser altamente miscigenado. Porém, infelizmente, muitas vezes as lendas são esquecidas ou desvalorizadas pela nossa própria sociedade, que valoriza mais a história de outras nações a nossa. Portanto, é de suma importância que analisemos e retomemos as nossas raízes culturais, para que possamos entender sobre a diversidade cultural existente no Brasil. Além do mais, como é possível perceber, muitas lendas indígenas, por mais parecidas na essência dos mitos que conhecemos, possuem suas nuances, que são extremamente importantes para o entendimento da vida cotidiana deste povo.

    A lenda que estará nessa postagem foi retirada do livro Contos e lendas do waupés, sendo os créditos totalmente devidos a ele. (Nota: a região que envolve São Gabriel da Cachoeira era antigamente chamada de waupés).



Curupira (ou Boraró, em Tukano)


    "Curupira, palavra da Língua Geral, é a mãe do mato, o gênio maléfico que vive na floresta e que pode ser fatal aos que, por acaso, o encontrem. Dizem os indígenas que (ele) tem figura de homem, com dois metros de altura, muito peludo, um olho na frente e outro atrás, além da particularidade de ter os pés virados para trás e com mais um metro de comprimento. Dizem que vive na cabeceira dos igarapés, comendo caranguejo.
    Se uma pessoa entra em um igarapé onde esteja o Curupira e o vento sopra para cima (isto é, para as cabeceiras), o Curupira, percebendo pelo cheiro que há gente, vai logo ao encontro dessa pessoa, pega-a, fura-lhe a cabeça e chupa-lhe o sangue. Se percebendo por algum barulho que no igarpé há Curupira, (e que) a gente tenta fugir, o Curupira urina por cima da mata e basta que uma gota de urina caia sobre a pessoa para matá-la imediatamente. Daí o medo pavoroso que todo índio tem de Curupira. Quando a gente viaja e faz comida à beira do rio, deve prestar muita atenção para que a panela em fervura não entorne, porque se isto acontecer, pode virar Curupira."



    Ao analisar essa lenda, é muito claro que existem diversas diferenças entre a história fictícia que conhecemos e a que os indígenas acreditam. Para deixar essas nuances mais evidentes, separei um trecho (extraído do site: http://lendasdobrasil.blogspot.com.br/2010/10/lenda-do-curupira.html ) dessa mesma lenda, agora mais parecida com a que nos é repassada.


Curupira

    "O Curupira gosta de sentar na sombra das mangueiras para comer os frutos. Lá fica entretido ao deliciar cada manga. Mas se percebe que é observado, logo sai correndo, e numa velocidade tão grande que a visão humana não consegue acompanhar. 'Não adianta correr atrás de um Curupira'; dizem os caboclos, 'porque não há quem o alcance'.
    A função do Curupira é proteger as árvores, plantas e animais das florestas. Seus alvos principais são os caçadores, lenhadores e pessoas que destroem as matas de forma predatória.
    Para assustar os caçadores e lenhadores, o Curupira emite sons e assovios agudos. Outra tática usada é a criação de imagens ilusórias e assustadoras para espantar os 'inimigos das florestas' ".


    Diante de duas lendas com a mesma essência, mas muito diferentes, vemos a importância da preservação da identidade cultural e da valorização dos povos e etnias do nosso país. É incrível descobrir que, em um país tão grande como o Brasil, existem tantas manifestações artísticas e culturais como essas. E, com certeza, todas as formas de narrativas fictícias devem ser aproveitadas e estudadas, criando assim um apreço maior pelo nosso passado histórico e um maior conhecimento da sociedade brasileira.


    Existe alguma lenda indígena que você gostaria de conhecer? Deixe nos comentários dicas ou sugestões, que farei o máximo para trazê-la!
       Até o próximo post!!

sábado, 17 de março de 2018

Mural #10


Soneto

O amor deitou-se no oceano,
Transbordou-se em soluços 
E desflorou as águas roxas 
Do céu indestrutível. 

Mas os descaminhos da verdade
Levaram as bolhas de oxigênio 
Acima do céu dos sonhos...
Assim o amor pôde ser rosa.

Porém era só ela chorando por...
Era só alguém sofrendo pelo...
Era só a dor sendo bela para...

Afinal, o sofrimento é enfeitado 
Por momentos inexistentes
Que ganham vida na imaginação. 

Ramos de Oliveira

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Mural #9

Canção Mínima

No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.

E,no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e,sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.

Cecília Meireles

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Mural #8

Cântico VI


Tu tens um medo:

Acabar.

Não vês que acaba todo o dia.

Que morres no amor. 

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

Cecília Meireles



segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Minha vida em SGC - AM: As comunidades

Oi pessoal! Tudo bem?
No post de hoje trarei uma parte introdutória sobre as comunidades que existem no município de São Gabriel da Cachoeira. 



  • AS COMUNIDADES: QUAIS SÃO SUAS ORIGENS?

Cada comunidade possui sua origem, e falar de todas seria um assunto muito extenso. Mas, em resumo, as histórias de todas se encontram em algum ponto comum, seja em um tempo passado ou mais recente.


As 7 principais regiões de São Gabriel: O Alto Rio Negro, o Rio Apapóris, o Médio Rio Negro I, o Médio Rio Negro  II, o Cué-Cué Marabitanas, o Balaio e o Rio Téa.
(Extraído do livro "Governança e Bem Viver Indígena")



  • QUANTAS COMUNIDADES EXISTEM?

Existem muitas comunidades nos arredores de São Gabriel da Cachoeira e pelo Brasil.Como exemplo, podemos citar a região do Alto Rio Negro, que conta com 330 comunidades e com, aproximadamente, 27.000 pessoas na zona rural.

O mapa geral das comunidades e sítios da região. De acordo com o livro, em Outubro de 2017, as comunidades declararam que existem 5.059 famílias e 23.671 pessoas residindo nas sete Terras Indígenas que participam do PGTA (Planos de Gestão Territorial e Ambiental).
(Extraído do livro "Governança e Bem Viver Indígena")



  • AS COMUNIDADES SÃO ISOLADAS DA CIDADE?

A maior parte, sim. Poucas são dentro da cidade, mas a maior parte é um pouco mais afastada.

A comunidade do Areal: fica dentro da cidade, embora mais afastada do centro.


A comunidade do Yamado: fica em frente à praia e pode ser acessada de voadeira em poucos minutos.


A Ilha Duraka: uma comunidade perto do porto da cidade. É mais isolada.


  • QUAL É A DIFERENÇA DE TRIBO, COMUNIDADE E ETNIA?



Tribo: É onde se vive em aldeias / casas / malocas. É uma sociedade humana rudimentarmente organizada. É mais tradicional e comunitária. Por exemplo, nos primórdios da colonização do Brasil, existiam as tribos indígenas. Atualmente, é muito raro de serem encontradas. A maior parte hoje são comunidades. 

Comunidade: Comunidade é um grupo local, de tamanho variável, integrado por pessoas que ocupam um território geograficamente definido e estão irmanados por uma mesma herança cultural e histórica. As comunidades variam quanto ao tamanho e à organização, compreendendo tipos bem diferentes, podendo ser uma aldeia ou uma grande cidade. Entre esses dois extremos observa-se grande número de comunidades intermediárias, onde todas elas apresentam qualidades comuns: o habitat definido e instituições sociais suficientemente desenvolvidas para satisfazer as necessidades da população. (Exemplos de comunidades: Comunidade do Yamado, Comunidade do Areal,...)


Etnia: Etnia significa grupo que é culturalmente homogêneo. Do grego ethnos, povo que tem o mesmo ethos, costume, e tem também a mesma origem, cultura, língua, religião, etc. Vale lembrar: raça e etnia não são sinônimos. Etnia é um grupo definido pela mesma origem, afinidades linguísticas e culturais, enquanto que raça como distinção entre os homens é um conceito socialmente construído de que existiriam diferenças biológicas entre as etnias. (Exemplos de etnias: Baré, Tukano, ...)

(Fonte: https://www.significados.com.br


  • COMO É A ALIMENTAÇÃO E A MORADIA DOS INDÍGENAS NAS COMUNIDADES?

Cada comunidade tem sua alimentação própria. No geral, elas compartilham de alimentações parecidas.

Por exemplo, temos o shibé, que é basicamente farinha (mais grossinha) e água. Os indígenas consomem muito ele no café da manhã e também no lanche da tarde.
Existe também o beiju (como se fosse uma tapioca gigante, mas com essa farinha típica deles, deixando a massa mais "durinha"), mujica (caldo de peixe com farinha) e quinhapira (caldo de pirarucu apimentado)

Também existem frutas bem típicas daqui, como a fruta-pão, o araçá, o tucumã, o abacaxi, o açaí, najá, maracujá (o maracujá daqui é plantado na roça, e ele possui um gosto mais adocicado), jambo, ingá, etc.


O beiju.


São nessas "telas" que os indígenas colocam o beiju para secar.


A fruta-pão.


O ingá.




Nas comunidades, as casas de alguns habitantes são de vara, cobertas de palha. Em outras, são casas de madeira cobertas com zinco. Por serem difíceis de levar, poucas casas são de alvenaria.
Dentro das casas, a maior parte dos indígenas dorme em redes.


Um modelo muito comum de casa da região.





Gostaria de agradecer aos professores Odilon Freitas da Cunha,  Deusita Rodrigues e Daurineia Pereira da Gama, juntamente com o aluno Ângelo Gabriel Sanches Castilho, aos missionários Cácio Evangelista da Silva e Elisângela Gomes Oliveira da Silva, e também à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) pela ajuda para a realização dessa pesquisa.

Caso haja alguma dúvida, basta comentar aqui embaixo! Farei o possível para responder a todos!
Um beijo, e até a próxima!





terça-feira, 7 de novembro de 2017

Mural #7

Meus oito anos


Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !

Como são belos os dias
Do despontar da existência !
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor !

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar !
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !

Oh ! dias de minha infância !
Oh ! meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã !
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã !

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
– Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis !

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo,
E despertava a cantar !

Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !

Casimiro de Abreu

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Mural #6


As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou de mais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Minha vida em SGC - AM : As maravilhas do município

Oi pessoal! Tudo bem?
Nesse post mostrarei a vocês os lugares e as paisagens mais belas de São Gabriel da Cachoeira!


1- A BELA ADORMECIDA:


Foto tirada por mim nos primeiros dias da minha chegada!

"É o monumento natural da cidade, como uma pintura, o complexo rochoso na perspectiva de quem o observa da cidade dorme com as mãos sobre o colo. Na mitologia tradicional, durante o período em que o mundo estava em transformação, um ser sagrado andarilho chamado Basebó ensinava todos os povos a plantar e trabalhar. Conhecedor da sabedoria de Basebó, e sabendo que o mesmo passaria próximo de sua morada, o índio Wariró pediu que suas duas filhas esperassem a sua passagem e o seduzissem até sua maloca, lugar onde havia escassez de alimento e as frutas do mato tinham pouco sabor. 

Vendo a beleza das índias Basebó as seguiu, chegando à maloca, viu a situação dos Wariroá e os ensinou o cultivo da roça e como fazer vários alimentos a partir da mandioca. Feliz com a fartura de alimentos, Wariró propôs a Basebó suas duas filhas em casamento, a oferta foi aceita e Basebó ficou morando ali o resto de sua vida.

A explicação da presença das montanhas no local, segundo a mitologia Desana – pronuncia-se dessana – carrega uma sintonia com o olhar admirado do turista contemporâneo, segundo um pajé da etnia, Feliciano Lana, a Serra de Curicuriari é o retrato de uma das filhas de Wariró. Uma origem essencialmente indígena, embora o nome popularizado faça uma referência ao conto de fadas globalizado." (Disponível em: http://www.overmundo.com.br/guia/a-bela-adormecida ).

Curiosidade: há pouco tempo atrás, a Bela Adormecida foi considerada uma das maravilhas municipais, e eu pude ter a honra de participar da votação para que isso se consumasse! 



2- A CACHOEIRA DA BELA ADORMECIDA



A Cachoeira da Bela: uma das mais lindas maravilhas!

Infelizmente não pude ir à viagem, mas minha mãe foi como minha representante. A Bela Adormecida, que é formada pela junção de várias montanhas, possui cachoeiras belíssimas. Para se chegar lá, é necessário fazer uma viagem de voadeira por cerca de duas horas. A partir desse mês de Outubro, empresas de turismo estarão disponibilizando o passeio para os interessados.
E arrisco dizer que a cachoeira da Bela Adormecida tem algumas das minhas paisagens favoritas de São Gabriel da Cachoeira!



3- O MORRO DA BOA ESPERANÇA


Minha foto no topo do morro, onde podemos avistar o Rio Negro.

O morro fica a dez minutos do centro da Cidade de São Gabriel, possui trilhas construídas por Padres Salesianos que permite o turista a chegar ao topo, onde, lá do alto, pode-se vislumbrara as belíssimas paisagens da cidade e o Rio Negro ao fundo.

As capelas.

Durante a trilha, encontramos pequenas capelas que representam as 14 estações da Via Sacra. Nesse trajeto são realizadas algumas procissões que estão no calendário litúrgico da Igreja Católica.




4- O PICO DA NEBLINA




"O Pico da Neblina, localizado no norte do Estado do Amazonas, na serra do Imeri, é o ponto mais alto do Brasil com 2995,30 metros de altitude. O nome do pico origina-se do fato de que o topo da montanha fica encoberto pela neblina a maior parte do tempo. Por sua vez, o pico dá nome ao Parque Nacional do Pico da Neblina, onde está situado. Localiza-se no município de Santa Isabel do Rio Negro, mas a zona urbana mais próxima é a de São Gabriel da Cachoeira. " (Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pico_da_Neblina ).



5- A PRAIA


Meu irmão modelo mostrando a grandeza e a beleza desse lugar!

A praia (que não é bem uma praia, mas é comumente chamada assim) é um lugar muito aconchegante. Já na orla, alguns quiosques podem ser utilizados para aproveitar o pôr-do-sol. Nas épocas mais quentes do ano, é comum que as águas do Rio Negro sequem, o que revela um vasto caminho de areia que pode ser percorrido. 



6- A PEDRA


Vista do topo da pedra.

A pedra fica perto de um pequeno porto, e para chegar ao topo basta subir um caminho já marcado no local. É lindo passar o resto da tarde lá, pois dizem que o pôr-do-sol fica bem visível do topo. (Nesse dia, tentamos ver o pôr-do-sol, mas não conseguimos). 

O porto.

Existem diversas lendas e mitos contados sobre o local, que fica à frente do Rio Negro. Ainda estou em pesquisas, mas em breve trarei alguns desses para o blog.



E então, qual foi sua "maravilha" favorita? Um beijo, e até a próxima postagem!











sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Mural #5

Presságio

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

Fernando Pessoa

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Mural #4 : Especial 3 de Setembro

Oi pessoal, tudo bem?
Apesar de estar um pouco atrasada, gostaria de fazer uma pequena homenagem ao aniversário de São Gabriel da Cachoeira. Essa poesia de Gonçalves Dias sempre esteve na minha cabeça desde que eu cheguei na cidade, então decidi postá-la junto com algumas das minhas fotos favoritas daqui.
Espero que gostem!


Canção do exílio - Gonçalves Dias


 Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.


Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.


Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.



Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.



Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.



terça-feira, 29 de agosto de 2017

Mural #3


"Jesus respondeu: 
- Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar
ao Pai a não ser por mim."

João 14:6
© (Amar)iana
Maira Gall